Quando o Amor ao Próximo Bate de Frente com o Próximo
- Lila Menozzi
- 1 de out.
- 3 min de leitura

A Dificuldade da Matemática do Amor
Amar a Deus acima de tudo. Maravilhoso. Mas, e o "Amarás o teu próximo como a ti mesmo" (Mateus 22:39).
É aqui que a fé encontra a vida real, e a teoria esbarra na prática.
Geralmente, o maior desafio na nossa jornada cristã não são os grandes pecados ou as grandes tentações. São as pequenas e constantes fricções do dia a dia.
É o colega de trabalho que nos irrita, o familiar que nos magoa, o vizinho que faz barulho, ou até aquele irmão na igreja com quem simplesmente não conseguimos ter afinidade.
É fácil amar o próximo em tese. O problema surge quando o "próximo" tem um nome, um histórico de falhas e, pior, está na nossa frente. O problema, muitas vezes, é o próximo. Então, como transmitimos o amor de Cristo quando a outra pessoa parece, insistentemente, atrapalhar isso?
O Amor Ágape Não é um Sentimento
Nosso primeiro instinto é pensar que o mandamento do amor é sobre sentir. Se o próximo nos agrada, sentimos afeto; se nos irrita, sentimos repulsa. Mas o amor que Cristo ordena não é o Eros (amor romântico) nem o Philia (amor fraternal ou de amizade). Ele nos chama ao Ágape.
O amor Ágape é o amor de Deus: incondicional, sacrificial e baseado em uma escolha deliberada da vontade.
Ele não espera que o próximo seja digno do nosso amor para que o ofereçamos. Na verdade, ele exige que amemos mesmo quando a pessoa é irritante, injusta ou até inimiga. É impossível esquecer as palavras de Jesus: “Mas eu digo: amem os seus inimigos e orem por aqueles que perseguem vocês” Mateus 5:44 NVI
Percebe a exigência? Se o amor ao próximo fosse condicional à perfeição dele, ele não seria um mandamento, seria uma conveniência. O Ágape é a nossa cruz diária, a renúncia do nosso próprio ego ferido para imitar a Cristo.
O Espelho Que Revela Nossas Próprias Manchas
Quando o próximo se torna um fardo, é hora de olhar para dentro.
A irritação que o outro provoca é, muitas vezes, uma luz que expõe uma falha em nós: a falta de paciência, a ausência de misericórdia ou o excesso de orgulho.
O apóstolo Paulo nos presenteou com o "hino do amor" em I Coríntios 13:4-7. Lemos: "O amor é paciente, o amor é bondoso... não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita facilmente, não suspeita mal..."
Agora, substitua a palavra "Amor" pelo seu nome ao ler o versículo.
"(Você)" é paciente com aquele vizinho? "(Você)" não se irrita facilmente com aquele colega? "(Você)" não se porta com indecência quando é magoado?
O mandamento de amar o próximo não é principalmente para transformá-lo; é para transformar a nós. Ele nos força a buscar em Deus a força para ser o que não somos por natureza. É em meio à aspereza da convivência que a graça de Cristo é forjada em nosso caráter.
Desafio da Semana: Escolha a Graça
Não se exija o sentimento, exija a ação. Você não precisa gostar da pessoa para oferecer-lhe a dignidade e a bondade que Cristo lhe oferece.
Nesta semana, identifique aquela pessoa que está sendo o seu maior desafio. Não ore para que ela mude. Ore para que Deus lhe dê os olhos de Ágape, a paciência para suportar e a humildade para servi-la (mesmo que com um simples sorriso ou uma palavra gentil), lembrando que:
O amor não falha (I Coríntios 13:8).
Pois se o problema é o próximo, a solução é Cristo em nós, que nos capacita a amar o que é imperfeito, exatamente como Ele fez e faz conosco.
Caligrafe sua Experiência!
Você já enfrentou esse dilema? Qual passagem bíblica te ajudou a amar quando o amor parecia impossível?
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