Um Toque de Fé: O Que a Mulher do Fluxo de Sangue nos Ensina Sobre Romper Multidões
- Lila Menozzi
- 15 de out.
- 3 min de leitura

Existem dias em que nos sentimos invisíveis no meio da multidão. Carregamos nossas dores, nossas "hemorragias" secretas — sejam elas físicas, emocionais ou espirituais — e parece que ninguém ao redor consegue enxergar. Por fora, sorrimos e seguimos o fluxo, mas, por dentro, a nossa força se esvai. A passagem da mulher do fluxo de sangue, encontrada em Marcos 5:25-34, é um farol de esperança para cada um de nós que já se sentiu assim.
Ela era uma mulher que, por doze anos, viveu à margem da sociedade, considerada impura, gastando tudo o que tinha sem encontrar a cura. Mas no meio de sua dor, ela ouviu falar de Jesus e tomou uma decisão que mudaria tudo: ela iria romper a multidão para tocar n'Ele.
A Multidão da Dificuldade
Imagine a cena: Jesus está cercado por uma multidão barulhenta e agitada. Todos O empurram, todos querem um pouco de Sua atenção. Para aquela mulher, chegar até Ele não era uma tarefa fácil. A multidão representava todos os obstáculos que enfrentamos:
A multidão da opinião alheia: As pessoas que a julgavam por sua condição e que, talvez, a tivessem mandado ficar em casa.
A multidão do desânimo: Doze anos de sofrimento, médicos que não puderam ajudar e recursos esgotados. Era uma multidão de razões para desistir.
A multidão da impossibilidade física: Ela estava fraca, doente. A força para empurrar e abrir caminho era algo que ela mal tinha.
Quantas vezes essas mesmas multidões nos cercam? O medo do que vão pensar, o peso de falhas passadas e a sensação de que não temos mais forças para tentar. No entanto, a fé daquela mulher foi maior do que tudo isso. Dentro dela, uma certeza sussurrava: "Se eu tão somente tocar em seu manto, ficarei curada."
O Toque que Faz a Diferença
Muitos esbarravam em Jesus naquele dia, mas apenas um toque foi diferente. Não foi um toque acidental, mas um toque de fé intencional. Aquele não foi o toque de alguém que queria ver o que acontecia, mas de alguém que sabia o que aconteceria.
Ela não pediu permissão, não gritou por atenção. Sua fé foi ativa e silenciosa. Ela pegou para si a promessa da cura. E no mesmo instante, Jesus, mesmo no meio de todo o caos, sentiu que "dele saiu virtude".
Isso nos ensina algo profundo: Deus percebe a fé. No meio de bilhões de orações e pensamentos, Ele reconhece o coração que O busca com total dependência e certeza. Seu toque de fé, por mais discreto que seja, nunca passa despercebido pelo Pai.
Quando Jesus pergunta "Quem tocou nas minhas vestes?", Ele não o faz por falta de conhecimento. Ele o faz para trazer a mulher do anonimato para o testemunho. Ele queria que todos vissem não apenas o milagre, mas a fé que o provocou. Ele a chama de "filha" e não diz "meu poder te curou", mas sim: "a tua fé te salvou".
Talvez hoje você se sinta no meio de uma multidão de problemas. Sua cura, sua resposta ou sua paz parecem distantes, do outro lado de uma barreira de pessoas e dificuldades. A história desta mulher nos convida a agir. A fé não é passiva; ela se move, ela estende a mão, ela rompe multidões.
Não importa o quão fraco(a) você se sinta ou quantos obstáculos estejam no caminho. Reúna a fé que você tem e dê o seu "toque". Seja em uma oração sincera, em um ato de obediência ou simplesmente ao se entregar em adoração. Jesus está passando, e Ele sempre percebe o toque daquele que crê.
Oração
Senhor Jesus, muitas vezes nos sentimos como a mulher do fluxo de sangue, cercados por multidões de dificuldades que nos impedem de chegar a Ti. Nos dê a mesma fé e determinação que ela teve. Que não desistamos por causa dos obstáculos, mas que estendamos a nossa mão para tocar em Ti, crendo que de Ti sai a virtude que pode curar, restaurar e nos fazer completos. Traz nosso milagre do anonimato para o testemunho, para a glória do Teu nome. Amém.




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